Só o governo de Minas Gerais estima investimento de quase R$ 2 bilhões em infraestrutura até o final deste ano.
20 DE MAIO/2024
20/05/2024 - O setor de construção pesada de Minas Gerais vem se beneficiando, desde 2023, com o volume de obras que têm sido realizadas por todo o Estado e a previsão é a de que o segmento se mantenha aquecido até outubro, reforçando o fato deste ser um ano eleitoral. A expectativa de mercado aquecido, com grandes obras em andamento e novos negócios por toda Minas Gerais, é do vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Bruno Baeta Ligório.
De acordo com o dirigente, este ano a demanda está boa, bastante aquecida, mas deverá sofrer uma pausa em função das eleições municipais que teremos em breve. “Os municípios de forma geral têm investido bastante em obras de infraestrutura neste ano eleitoral. No âmbito do governo do Estado, também está um pouco mais aquecido que o mesmo período de 2023 e o Estado tem performado bem, mesmo com todas as restrições orçamentárias, e realizado uma quantidade significativa de obras, comparado aos anos anteriores. Só o governo estadual estima que deve investir cerca de R$ 2 bilhões em infraestrutura até o final de 2024”, afirmou.
Porém, ele admite que os investimentos no segmento ainda são insuficientes em função da necessidade que a infraestrutura necessita. “Mas isso é uma questão do País como um todo, pois investimos nessa área muito menos do que deveríamos mas, comparado com anos anteriores, tem sido um período bem melhor”, disse Ligório.
Com relação às perspectivas de negócios, na avaliação do dirigente, este ano está um pouco melhor que em 2023. De acordo com ele, o governo de Minas Gerais ainda tem algumas licitações para fazer, algumas obras para soltar de acordo com o planejamento apresentado e ainda é possível ver boas perspectivas no restante de 2024. “No âmbito municipal já não dá mais tempo de licitar obras, pois em breve os prefeitos de Minas Gerais já não poderão contratar para construção em função do período eleitoral e acredito que haverá uma desaceleração nas obras municipais pós-eleição. Enquanto isso, o Estado continuará e, até quem sabe, aumentar o volume das obras”, projetou.
Também estão previstos investimentos das concessionárias de rodovias, como por exemplo o Grupo EPR, que é um player que está em Minas Gerais e deverá gerar divisas e movimentar o mercado de infraestrutura. “Temos sempre que pedir atenção aos nossos governantes para que invistam em infraestrutura, pois é desenvolvimento na veia, com melhoria nos empregos, na logística e indústrias. Precisamos, tanto no médio quanto no longo prazo, arrumar formas para atrair mais capital, mais investimentos nesse setor que, certamente, se desdobrarão em outros investimentos de outras áreas. Quem investe mais em infraestrutura acaba atraindo, em uma fase seguinte, mais investimentos”, reforçou.
Um dos principais gargalos do setor de construção em Minas Gerais ainda é a mão de obra. Segundo o vice-presidente, falta mão de obra em todos os níveis, desde chão de fábrica, passando por técnicos de engenharia e chegando nos engenheiros. “O setor ficou mais de 10 anos com pouquíssimos investimentos e muitas empresas se desestruturaram no período e, com isso, a mão de obra que existia partiu para outros setores. A formação desse grupo é um dos grandes desafios da construção, para que possamos continuar crescendo e fomentar mais investimentos”, disse.
Para ele, uma possível saída é buscar atrair mais pessoas para o setor e criar novos profissionais aptos para atuar no segmento. “Existem várias iniciativas, ainda em discussão, envolvendo órgãos públicos, municípios como Contagem, Belo Horizonte, e iniciativas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e Sicepot-MG para tentar consolidar e coordenar uma ação conjunta em breve. Hoje são ações isoladas e o setor precisa consolidar, unificar os esforços para fazer um movimento mais efetivo para a geração de mão de obra para atuar no segmento”, salientou.
Outro gargalo que o setor enfrentou no ano passado foi com acesso a asfalto em função de uma manutenção na Refinaria Gabriel Passos (Regap) e, este ano, o problema será com o agregado pétreo, que é um produto utilizado na produção do concreto asfáltico. “Já vislumbramos essa necessidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em função da demanda das mineradoras, especificamente nessa área. Então, o setor começou a ter algum problema, mesmo ainda não chegando na ponta, contamos com a possibilidade de falta do insumo agregado pétreo nos próximos meses”, adiantou.
Fonte: jornal Diário do Comércio
Comentarios