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Retomada de obras pode resultar em falta de asfalto

Oferta está normal em Minas Gerais. Asfalto utilizado na pavimentação de ruas e rodovias em Minas é produzido na Refinaria Gabriel Passos, instalada em Betim.


Crédito: Hoda Bogdan / stock.adobe.com


14 de março de 2023


Apesar do alerta feito pelo governo federal sobre uma possível falta de asfalto para atender a expansão de obras rodoviárias no Brasil, o insumo continua sendo oferecido normalmente em Minas Gerais. É o que afirma o 1º vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG) e membro do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Bruno Ligório.


Segundo Ligório, a não escassez do produto no mercado se deve justamente ao baixo investimento em obras de infraestrutura nos últimos anos. Ele ressalta, porém, que realmente existe um certo receio em saber se as refinarias da Petrobras conseguiriam produzir a quantidade necessária para suprir a demanda caso ocorra um aumento de aportes no setor.


Ainda de acordo com ele, um agravante nesta história, é que o Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), usado para fazer o asfalto que pavimenta às ruas, é o produto com a menor rentabilidade das refinarias. Ligório explica que o insumo é o resto do refino do petróleo, sendo que antes são feitos os combustíveis e os demais produtos com maior valor agregado. Dessa forma, há uma preocupação no sentido de que se priorize outros produtos e deixem a produção do CAP em segundo plano, o que culminaria em escassez da oferta.


Outras alternativas

Uma alternativa citada como possível solução para uma potencial situação de carência do asfalto após o alerta do governo federal foi a importação do insumo. Ligório afirma, no entanto, que a iniciativa não é comentada atualmente no Estado. Ele ressalta que algumas concessionárias de rodovias chegaram até a importar o CAP da Rússia, porém com a guerra do país com a Ucrânia, a movimentação foi interrompida.


“É um insumo cuja logística de importação é muito complexa. Ele vem líquido, tem que ser mantido aquecido, vem em navio e cada navio que chega precisa de uma quantidade muito grande de carreta para poder descarregá-lo. Então a logística de importação é muito difícil”, explica. “Há dois anos houve um movimento de se importar esse produto da Rússia em um estado sólido, em pallets, dentro de contêineres. Seria até uma boa iniciativa”, salienta.


Conforme o membro do Coinfra da Fiemg, majoritariamente o asfalto utilizado em obras rodoviárias no Estado é produzido pela Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Somente quando ocorre algum problema na produção, o insumo vem de refinarias de São Paulo ou Rio de Janeiro.


Outra possibilidade em caso de falta do asfalto é substituí-lo por concreto. Ligório, contudo, rechaça a ideia. Ele explica que o concreto, embora seja um bom pavimento rígido e com vida útil maior, é bem mais caro que o produto utilizado comumente e não serve para ser aplicado de forma indiscriminada.


“Eu, particularmente, considero o pavimento flexível, que é o asfalto, quase insubstituível na maior parte das aplicações. Algumas aplicações específicas poderíamos, sim, falar em pavimento de concreto: pedaços do Rodoanel, por exemplo, as pistas de ônibus do Move em Belo Horizonte, que tem demanda de tráfego de carregamento maior. Mas substituir o asfalto de forma indiscriminada por concreto não é viável”, enfatiza.


Fonte: jornal Diário do Comércio (Economia)

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