Free Flow: pedágio eletrônico avança nas rodovias brasileiras e moderniza o sistema de concessões
- SICEPOT-MG
- 22 de out.
- 3 min de leitura
O sistema Free Flow, conhecido como pedágio eletrônico de livre passagem, vem ganhando espaço nas rodovias.

O sistema Free Flow, conhecido como pedágio eletrônico de livre passagem, vem ganhando espaço nas rodovias brasileiras e representa um importante avanço na modernização da infraestrutura rodoviária nacional. A tecnologia elimina as tradicionais praças de pedágio e permite a cobrança automática por meio de pórticos equipados com câmeras e antenas que identificam o veículo pela TAG eletrônica ou pela leitura da placa, sem necessidade de paradas ou redução de velocidade.
Regulamentado pela Lei Federal nº 14.157/2021, o modelo propõe uma cobrança mais justa, com tarifas proporcionais ao trecho efetivamente percorrido, além de contribuir para a fluidez do tráfego, redução de emissões e maior conforto aos motoristas. A implementação do sistema nas rodovias federais e estaduais já está em andamento e já conta com experiências em algumas regiões do país. Essa iniciativa reflete o compromisso das concessionárias e dos órgãos reguladores em modernizar a experiência do usuário e aumentar a eficiência operacional nas rodovias concedidas.
Onde o sistema já está em operação
No âmbito federal, duas concessões já operam com o Free Flow:
Motiva – RioSP: 3 pórticos instalados na BR-101 (Rio-Santos), no estado do Rio de Janeiro;
Nova 381: 2 pórticos em operação na BR-381, em Minas Gerais.
Entre as rodovias estaduais, o avanço também é expressivo:
Caminhos da Serra Gaúcha – 6 pórticos (RS);
EPR Sul de Minas – 1 pórtico (MG);
Ecovias Noroeste Paulista – 2 pórticos (SP);
Concessionária Tamoios – 1 pórtico (SP);
Motiva Sorocabana – 3 pórticos (SP).
Vantagens e desafios
O sistema de livre passagem traz benefícios claros: elimina congestionamentos em praças de pedágio, melhora o tempo de viagem, reduz o consumo de combustível e aumenta a segurança viária.
No entanto, sua implantação ainda enfrenta desafios.
Na parte regulatória, ainda faltam regras para cobrança, integração ao registro de infrações, além de que a maioria de contratos de concessões mais antigos não previam o modelo.
Outro desafio é como conduzir a campanha informativa. A falta de informação clara e visível sobre onde e como pagar o free flow já provoca multas e confusões. Há também a impressão de que o free flow pode gerar cobranças mais frequentes, já que o pedágio será proporcional ao trecho percorrido. Isso gera dúvidas: para alguns motoristas pode ser mais justo, mas para outros pode significar maior gasto em relação ao modelo tradicional de praças fixas.
Para usuários que utilizam a rodovia diariamente para deslocamentos curtos constantes, caminhoneiros, motoristas de aplicativo, por exemplo, o Free Flow pode gerar um custo acumulado com a cobrança sucessiva em pórticos próximos.
Os desafios incluem a inadimplência de motoristas sem TAG, a necessidade de campanhas de conscientização e a integração tecnológica entre as concessionárias e sistemas de pagamento.
Comparativo internacional e perspectivas
Em países como Chile, Noruega e Portugal, o Free Flow já é consolidado e apresenta resultados positivos. No Chile, por exemplo, o sistema é adotado em todas as concessões urbanas de Santiago, com alta adesão dos usuários e baixo índice de inadimplência. A Noruega, pioneira na tecnologia, atingiu interoperabilidade total entre concessionárias, e Portugal criou múltiplos meios de pagamento acessíveis, inclusive para motoristas estrangeiros.
No Brasil, o avanço do Free Flow é mais um passo rumo à modernização das rodovias concedidas, com foco na experiência do usuário, eficiência operacional e sustentabilidade. À medida que o sistema se consolida, espera-se que a integração tecnológica e o aperfeiçoamento regulatório tornem a cobrança mais transparente, justa e adaptada à realidade de todos os perfis de usuários.








Comentários